O abismo inexplorado que é minha alma não comporta mais o sentimento de carinho e desejo que eu quero dar alguém. De todas as minhas frustradas tentativas de criar esse laço, as ultimas se tornaram as mais fortes. A intensidade da dor que isso me custa vêm também em igual proporção.
Nunca esperei conquistar o mundo, por mais que eu tentasse muitas vezes. Ainda assim, não me resigno por não ter conquistado ninguém. Nenhum sequer. E logo a comparação com pessoas, as quais eu vejo despreparadas para um relacionamento, me deixa latejando a pergunta: "O que há de errado?”. Não creio que haja um erro, mas algo destoa do que deveria ser. É inaceitável que eu seja tão miseravelmente desprezível a ponto de não ter alguém que me queira. Em meio a minha humana condição eu me cerco de esperanças que só me irritam mais a cada queda. E descubro o quão desumano eu sou em relação àqueles que me rodeiam.
Eu estou me sentindo desgostoso de recomeçar o processo de querer alguém. Tenho tratado as coisas de forma clara e ainda assim elas não saem como o esperado. A soma das frustrações é tamanha que me impele, mais uma vez, a desejar que meu destino me leve definitivamente para a solidão. Um estado que sempre me causou temor, mas que se torna cada dia mais atraente.