Nesse exílio que me vejo, sinto-me cada dia mais anormal ao que me entendia. Percebo que passei tempo demais em Arcádia, e que aqui, no que chamam “realidade” muitos dos meus conflitos são desinteressantes.
Não me vejo em tempo de imaginar e devanear como antes, e por tanto, não mais crio confusões que só me tiravam o juízo. Sei que, por mais incomum que eu seja, juízo é a única coisa a qual me ative até agora. Mesmo que não seja do modo comum de me ver ajuizado. A realidade me toma grande parte do dia, e quando me dou conta a estafa abate-se sobre mim e num piscar, outro sol já nasce. As pedras da ampulheta sempre se apressavam no final da primavera, mas esse solstício parece-me ainda mais próximo que antes.
Sonho ainda com o Reino da Fadas. Ainda me deixo levar por alguns portais que surgem nos meus dias, mas não todos. De quando em vez, surpreendo-me adivinhando se há um companheiro para a Lua em meio à escuridão da noite.
Lua, oh Lua! Eu te dou meu amor. Dê sua força a mim!
Meus sentimentos ainda perduram, e agora que dia a dia me vejo mais distante de meus iguais, a solidão me invade e se instala como companheira legitima. A mesma que sempre esteve ao meu lado, mesmo que eu não a notasse. Isso me lembra uma passagem na qual um de meus amigos elficos dizia-me de sua vida independente.
“Difícil é viver com a ilusão de que todos têm um par. Minha independência ninguém tirou, mas por medo e não por resistência.”
Resolvi testemunhar isso aqui em prosa, não mais um poema, se assim posso chamar minhas canções. Já cri demais que sei o papel dos bardos. Não me vejo como antes, aquele que sempre duvidou da potência de seu sangue elfico. Agora, porém me vejo capaz das maiores façanhas que meus irmãos de raça são capazes.
Lua, oh Lua! Eu te dou meu amor. Dê sua coragem também!
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
15 de dezembro de 2007
29 de novembro de 2007
Perco o caminho das palavras.
Procurando, as vezes em vão, pela definição do que sinto.
Olho a toda volta buscando resumir, em verbos e adjetivos,
O que muitas vezes nem mesmo entendo.
Exaspero-me com minhas frustrações,
que não me facilitam expressões,
que me cortam a carne em silêncio.
Pra que eu fique a decifrá-las enquanto aos seus nomes questiono.
Enquanto parado fico, ao ardor multiplico.
Consumindo mais meu peito.
Remoendo minha mente reconheço meu ser,
Num meio entre dor e prazer.
Criando presunção que explique,
o que não só aos poetas aflige.
Quão tolo me percebo ao final,
vendo que fui indolente
Tentando ser racional
no que o homem apenas sente.
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
Procurando, as vezes em vão, pela definição do que sinto.
Olho a toda volta buscando resumir, em verbos e adjetivos,
O que muitas vezes nem mesmo entendo.
Exaspero-me com minhas frustrações,
que não me facilitam expressões,
que me cortam a carne em silêncio.
Pra que eu fique a decifrá-las enquanto aos seus nomes questiono.
Enquanto parado fico, ao ardor multiplico.
Consumindo mais meu peito.
Remoendo minha mente reconheço meu ser,
Num meio entre dor e prazer.
Criando presunção que explique,
o que não só aos poetas aflige.
Quão tolo me percebo ao final,
vendo que fui indolente
Tentando ser racional
no que o homem apenas sente.
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
24 de novembro de 2007
Uma Mente Pensante perguntou certa vez:
E nesse seu reino chamado pensamento?
E nesse seu reino chamado pensamento?
Como estão as coisas?
-
Respondeu o Feiticeiro:
O Rei está dançando pra mostrar ao bobo como se faz sem notar que o papel de bobo é ele quem faz.
-
-
A Mente Pensante diz em resposta:
Se ser bobo gera algumas moedas de ouro ou promessa de manutenção da vida, acho que é a profissão mais digna de todas.
-
-
O Feiticeiro argumenta então:
Minha dignidade não está em risco, é pela razão que temo.
Promessas e Ouro pagam o meu Juízo?
-
A Mente Pensante pergunta:
Pra que serve a Razão ou o Juízo?
-
Responde o Feiticeiro, devaneando em seguida:
A mim servem de aviso.
Me alertam das dores que podem me acometer e ao passado não me deixam esquecer.
Que raios de vida confusa é essa? Por que as coisas são assim complexas? Como pode alguém tem o pensamento tão parecido e ao mesmo tempo tão desigual?
-
A Mente Pensante se faz curioso:
E que vida é essa que quer sem dores?
-
O Feiticeiro diz:
A vida do Tolo parece mais fácil que a do Rei. Oh dilema que me toma: Ou a tolice ou a loucura!?
-
A Mente Pensante fala aconselhando:
Um pouco de cada... Formam um tempero irresistível pra vida.
-
Em seu delírio o Feiticeiro questiona:
Diz que esse crime não foi premeditado!?
Diz que sou um tolo que sempre cai no próprio “conto do vigário”!?
Me explica minha sina de me encantar nesse momento de carência!?
-
A Mente Pensante fala, dizendo:
O que te incomoda é você ser humano como todos nós...
Nem mais, nem menos!
-
O Feiticeiro se entrega então a realidade:
Eu perdi minha divindade...
-
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
Namárië!
8 de novembro de 2007
Oremos ao Eterno.
Invejemos sua força e dom, que desejamos tanto.
Soubera eu que pereceria, talvez não tivesse amado.
Se me fosse dito que tudo se acabaria, teria eu começado? Faria como Aquele que perguntou em suas palavras “Do que vale tanto, pra nada”.
O fim está paulatinamente mais próximo, e eu aqui desejando o futuro.
Sai fardo do destino. Afasta-te de mim e dos meus.
Que tanto se chega pra mim se não me quer agora?
Não desprezo tua beleza,
Admiro. Entendo que és parte de um todo.
Isso não me tira o vazio da dor.
Vamos celebrar o que é dor. Não deixemos de louvar o que define nossa existência como viva.
Não deixa que a magoada depressão assole quando a morte passa.
Lembra que tudo que começa,
Termina.
Saboreia cada momento com quem ama, e com quem quer bem. Faz a vida mais importante. Todo dia!
Não a encare como maldita, ela o faz porque deve.
Encara a sua vinda de frente. Cresce com ela. Lembra do que é feliz e deixa a tristeza sufocar a sete palmos.
Viverei em plenitude cada nuance da vida
Farei tudo que for preciso, pra que quando o momento chegar,
Eu e não a outra, diga:
Fim!
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
Invejemos sua força e dom, que desejamos tanto.
Soubera eu que pereceria, talvez não tivesse amado.
Se me fosse dito que tudo se acabaria, teria eu começado? Faria como Aquele que perguntou em suas palavras “Do que vale tanto, pra nada”.
O fim está paulatinamente mais próximo, e eu aqui desejando o futuro.
Sai fardo do destino. Afasta-te de mim e dos meus.
Que tanto se chega pra mim se não me quer agora?
Não desprezo tua beleza,
Admiro. Entendo que és parte de um todo.
Isso não me tira o vazio da dor.
Vamos celebrar o que é dor. Não deixemos de louvar o que define nossa existência como viva.
Não deixa que a magoada depressão assole quando a morte passa.
Lembra que tudo que começa,
Termina.
Saboreia cada momento com quem ama, e com quem quer bem. Faz a vida mais importante. Todo dia!
Não a encare como maldita, ela o faz porque deve.
Encara a sua vinda de frente. Cresce com ela. Lembra do que é feliz e deixa a tristeza sufocar a sete palmos.
Viverei em plenitude cada nuance da vida
Farei tudo que for preciso, pra que quando o momento chegar,
Eu e não a outra, diga:
Fim!
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
30 de outubro de 2007
A Besta Interior
Profecia...
.
Abençoado é ele, que lê em voz alta
As palavras da profecia
E abençoado são aqueles que escutam
E que mantem o que está escrito lá dentro
Pois já está chegando a hora
.
Ele está vindo com as nuvens
e todos os olhos o verão
Todo mundo que desconfiou dele
E todas as tribos do mundo
E vão se lamentar por ele
.
Aqueles de vocês
Que não aprendeu o que alguns chamam
Das profundezas do Satã
Eu conheço seus trabalhos, eu conheço seu esforço
E sua paciente resistência
E como você não pode escutar, homem mal
Mas provou aqueles
Que auto se definiram como apóstolos
Mas não são, e descobriu que são falsos
Eu sei que você está persistindo
Pacientemente e confirmando para meu benefício
E você não cresceu cansado
Mas eu tenho isso contra você
Que você abandonou
O amor que você tinha
.
E eu vi a besta surgindo
Do mar com dez chifres
E sete cabeças
E um nome blasfêmico em cima de sua cabeça
E a besta que eu vi
Era como um leopardo
Seus pés eram como os de um urso
E sua boca era como a boca de um leão
E para ele o dragão deu seu poder
.
E a Terra inteira
E a Terra inteira
seguiu a besta com admiração
E eles veneraram a besta dizendo
"Quem é como a besta
E quem pode lutar contra a besta?"
E a besta foi dada a boca
Proferindo blasfêmias
Blasfêmias
Contra
Deus
Contra
Deus
.
Deu permissão para fazer guerra
Contra os santos e conquistar
E autoridade era dada sobre cada tribo
E população e língua e nação
E todos que habitavam a Terra
Poderiam venerá-lo em vão
Se todo mundo tem uma orelha deixe-o escutar
Se todo mundo que mata com a espada
deixa-o matar.
.
Então,
eu vi um novo paraíso
E escutei uma voz ilustre
Vinda do trono dizendo:
"Contemple a residência de Deus está com os homens
Ele habitará com eles
E eles deverão ser seu seguidores
E o próprio Deus estará com eles
E Deus limpará de seus olhos toda a lágrimaE
não haverá mais morte,
Nem deve haver luto
Nem chorar
Nem dor
Jamais
Jamais
Porque já as primeiras coisas são passadas.
.
E quem tiver sede, eu darei água de graça
E quem tiver sede, eu darei água de graça
Da fonte da água da vidaE quem vencer, herdará todas as coisas
E eu serei seu Deus e ele será o meu filho
.
Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis,
E aos homicidas, e aos adulteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos
A sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre."
.
E ele me disse, ele me disse:
.
"Não pregue as palavras da profecia,
pois a hora está chegando
Contemple
Contemple
Estou chegando logo"
The Beast Within
By Madonna
'I'm Going To Tell You A Secret'
23 de outubro de 2007
Sinto-me vazio.
Não entendo direito o porquê, mas tirei algumas conclusões conversando com meus pares. Tenho me irritado com atitudes alheias, das quais não me relaciono diretamente, mas comparo-as com meus próprios deslizes e me afundo em mal humor. Sinto que o tempo que deixei passar, agora me consome as idéias. Estava perdido nos corredores de mim mesmo e agora que começo a me entender, quero tudo pra ontem.
Discuti diversas vezes com o Destino sobre a hipótese de ser esse um período de preparação para a conquista de meus desejos. Senti-me uma besta mágica por precisar de tanto tempo de aprimoramento e ainda me sentir inadequado.
Eu me pergunto: quantos assim como eu se fazem essas perguntas, e quantos simplesmente se deixam levar pelo vento do destino e caem onde se sabe lá o que conquistarão? Não só elfos, mas humanos e anões e gnomos.
Não me conformo com o que não está de acordo com meus desejos, mas agora entendo que é preciso trabalho ardo pra ter o que quero do como quero. Não é essa verdade inconveniente que me abala o espírito, mas sim a aparente facilidade de outros que me cercam. Não os invejo até por naõ desejar o mesmo que muitos dos que me rodeiam, mas me pergunto: Onde estou falhando?
Comparo-me sim aos demais, mesmo sabendo que não há comparação. Sou diferente e igual, em muitas formas e sentidos, superior em muitos pontos e inferior em muitos outros. E por isso eu pergunto: Essa insatisfação é só minha?
Não entendo direito o porquê, mas tirei algumas conclusões conversando com meus pares. Tenho me irritado com atitudes alheias, das quais não me relaciono diretamente, mas comparo-as com meus próprios deslizes e me afundo em mal humor. Sinto que o tempo que deixei passar, agora me consome as idéias. Estava perdido nos corredores de mim mesmo e agora que começo a me entender, quero tudo pra ontem.
Discuti diversas vezes com o Destino sobre a hipótese de ser esse um período de preparação para a conquista de meus desejos. Senti-me uma besta mágica por precisar de tanto tempo de aprimoramento e ainda me sentir inadequado.
Eu me pergunto: quantos assim como eu se fazem essas perguntas, e quantos simplesmente se deixam levar pelo vento do destino e caem onde se sabe lá o que conquistarão? Não só elfos, mas humanos e anões e gnomos.
Não me conformo com o que não está de acordo com meus desejos, mas agora entendo que é preciso trabalho ardo pra ter o que quero do como quero. Não é essa verdade inconveniente que me abala o espírito, mas sim a aparente facilidade de outros que me cercam. Não os invejo até por naõ desejar o mesmo que muitos dos que me rodeiam, mas me pergunto: Onde estou falhando?
Comparo-me sim aos demais, mesmo sabendo que não há comparação. Sou diferente e igual, em muitas formas e sentidos, superior em muitos pontos e inferior em muitos outros. E por isso eu pergunto: Essa insatisfação é só minha?
18 de outubro de 2007
Saudemos o Trovão, com sua beleza e grande poder.
Observemos seu brilho e admiremos sua presença devastadora,
Observemos seu brilho e admiremos sua presença devastadora,
Capaz de atrair a atenção dos mais esnobes e descrentes.
Saudemos o Trovão, que ele não sabe onde se perde no mundo,
Saudemos o Trovão, que ele não sabe onde se perde no mundo,
E mesmo assim se atira para fazer o que lhe é devido.
Ele precisa de boas cargas, tão fortes quanto ele para se guiar.
Que eu seja essa carga, oh meu Trovão amado.
Que esse elfo possa ajudá-lo a encontrar seu verdadeiro destino.
E que como recompensa dê apenas tua magia e força.
Que o Deus Trovão seja louvado!
Que eu seja essa carga, oh meu Trovão amado.
Que esse elfo possa ajudá-lo a encontrar seu verdadeiro destino.
E que como recompensa dê apenas tua magia e força.
Que o Deus Trovão seja louvado!
16 de outubro de 2007
Mais uma fase
Hoje é o ultimo dia de um tempo indefinido. Os feriados, prolongando o final de semana, ajudaram pra que o antigo fosse selado com lacre de Prata (Explico que, em simbolismo, a Prata me é mais estimada que o Ouro).
Sai de minha realidade e viajei com meus companheiros para o Reino de Arcádia, das fadas e gnomos. Lá, festejamos em momentos memorareis. Marcamos a conquista de território tomado dos bárbaros. Banqueteamos com os mais belos elfos. Festejamos a Dama do feitiço, encantando com suas luzes e sons. Entramos na gruta dos mestres das artes. Saímos em cortejo pelo Reino com as mais coloridas fadas.
Estou de volta à realidade. Minha vontade a um bom tempo quer alento desse mundo de sonhos. Agora é chegado o tempo.
Deixarei que outros tomem conta dos monstros e vilões que rondam Arcádia. Agora preciso me recuperar das batalhas que ganhei e perdi. Vou curar minhas feridas, afiar minha Cimitarra, moldar um novo arco e suas flechas, vou preparar novas magias e polirei minha armadura. Então, quando tudo isso for resolvido, retornarei.
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
Sai de minha realidade e viajei com meus companheiros para o Reino de Arcádia, das fadas e gnomos. Lá, festejamos em momentos memorareis. Marcamos a conquista de território tomado dos bárbaros. Banqueteamos com os mais belos elfos. Festejamos a Dama do feitiço, encantando com suas luzes e sons. Entramos na gruta dos mestres das artes. Saímos em cortejo pelo Reino com as mais coloridas fadas.
Estou de volta à realidade. Minha vontade a um bom tempo quer alento desse mundo de sonhos. Agora é chegado o tempo.
Deixarei que outros tomem conta dos monstros e vilões que rondam Arcádia. Agora preciso me recuperar das batalhas que ganhei e perdi. Vou curar minhas feridas, afiar minha Cimitarra, moldar um novo arco e suas flechas, vou preparar novas magias e polirei minha armadura. Então, quando tudo isso for resolvido, retornarei.
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
A Lua Nova
A Lua negra dos tempos sombrios será a referencia para esse primeiro post.
Assim como a Lua tem seus ciclos visíveis em sua face, eu deixo aqui um registro dos meus.
Sei o quanto contraditório posso ser e por isso não espero trazer a luz sobre a face de meus relatos, mas assim como a Lua que me serve como guia, de tempos em tempos eu de ilumino e me torno radiante. Esse tempo não depende só de mim, mas em grande parte eu sou senhor do que me faz brilhar.
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Assim como a Lua tem seus ciclos visíveis em sua face, eu deixo aqui um registro dos meus.
Sei o quanto contraditório posso ser e por isso não espero trazer a luz sobre a face de meus relatos, mas assim como a Lua que me serve como guia, de tempos em tempos eu de ilumino e me torno radiante. Esse tempo não depende só de mim, mas em grande parte eu sou senhor do que me faz brilhar.
Pelo poder do três vezes três, que assim seja por que assim eu desejo.
Namárië!
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