A vida está desinteressante. É um sentimento estranho de se assumir. O tédio, a falta de novos elementos, manter sempre a mesma estatura diante da vida. Um círculo de vícios os quais nós escolhemos e dos quais acabamos enjoando, mas não notamos até que seja doloroso demais nos afastar deles. Tudo o que sobra intacto é uma coagida vontade de crescer. Perdida, assustada e quase sem visão.
Sinto-me incapaz até mesmo de manter o contato com outras pessoas. Como se a aproximação de alguém jogasse sal na ferida aberta pela minha inércia. É como se eu caçasse na minha mente assuntos pelos quais as pessoas se interessariam e só encontrasse um grande escuro vazio. Acabo crendo que nada em mim pode interessar a ninguém. Nada em mim parece interessar a mim mesmo. E por mais que eu retire a depressão como poeira varrida do armário, ainda há o vazio. Espaços em prateleiras destinados a uma vida menos oca. Os dias se tornaram uma sucessão de textos, imagens, rostos e paisagens que por fim não animam mais como antes. Desbotaram enquanto eu olhava para dentro de mim e eu não me dei conta.
Penso nas escolas que fiz e quão equivocadas elas foram. Analiso se me ative demais a coisas de menos. Se eu foquei a atenção em apenas um algo quando deveria partilhar essa atenção com outras tantas. Algo que deveria me ater quando todo o resto já estivesse encaminhado. Nada disso me adianta agora, ainda que seja inevitável o pensamento. Tudo agora está desinteressante, e ainda assim eu devo seguir em frente até ver a luz no fim desse túnel. Seja essa luz a saída ou seja o trem da vida vindo me atropelar.
Um comentário:
palavras bem interessantes. rs
obrigado por me visitar.
um abraço.
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