Não há muita diferença entre o ontem e o hoje. Nosso cabelo não melhora, nossa pele não muda, os olhos sempre serão uma janela pra alma. Ontem meu dia foi cheio de coisas que eu fiz não sei nem pra quê, mas fiz. Existe, claro, os raros momentos em que o mundo parece não se dar conta de que não está me perturbando e eu consigo fazer só o que gosto, ou o que quero. Ontem eu tive alguns momentos desses. Hoje eu os terei. Quem sabe amanhâ?
É estranho pensar em como se conta o tempo. Dias, anos, décadas. Em todo esse tempo, o dia precedeu a noite. As horas foram sempre se revezando uma após outra. O mundo corria, desenfreado que só, sem nem se preocupar com isso. Ninguém me disse o quão insignificante eu sou pro tempo, só me lembram do quanto ele tem que importar pra mim. Ele passa, eu não. Acho que há uma troca de valores, mas não sou eu que vou questionar. Não há tempo pra isso.
Ontem eu era um menino, hoje ainda não sou velho. É um meio termo muito grade que temos que enfrentar. E perdidos assim, nesse mar entre aproveitar a juventude e aproveitar a velhice, só nos resta fingir que sabemos o que estamos fazendo. O que muda nessa dança do tempo é minha vontade pelas coisas da vida.
Hoje li mais, ouvi novas músicas, provei um suco diferente dos de sempre. Hoje eu conversei abertamente com alguém de quem gosto muito, mas que nunca teve muito tempo pra mim. Fiz um novo amigo só em aceitar o velho amigo que resolveu mudar coisas em sua vida. Hoje eu me desculpei comigo mesmo por ser sempre tão crítico e entendi que apesar de não notar muita diferença entre o ontem e o hoje, sempre tenho esperança no amanhã.
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